domingo, 22 de dezembro de 2013

Música e poesia: o passaporte para o Paraíso

 Letra 1
"Esta canção que eu canto ao luar,
Eu fiz pensando em você.
As nuvens brancas soltas no ar...
E eu, pensando em você.
Passa o tempo e eu, cantando.
Para glorificar este amor feliz.
Este amor que é tão grande.
Maior que céu e o mar...
É tão sublime amar."

Letra 2 
http://youtu.be/nWFLp4UdDWk
“Vamos, amor, que no nosso jardim
A flor já desabrochou
Vamos seguir a estrada feliz
Que a mão de Deus nos traçou
O luar virá depois iluminar nós dois
Nós dois e mais ninguém
O teu sonho velarei
Teus olhos beijarei
Para sonhar também.”

Uma música composta num boteco de Viena enquanto um grupo de amigos passava algumas horas entregues aos prazeres do álcool. O auge da noite, hoje o sabemos, foi o momento em que um deles pegou o menu e rabiscou qualquer coisa sem dar muita importância. Não fosse um dos seguidores de Baco, cuidadoso ao pegar a anotação, não se conheceria hoje uma das lindas composições que abrilhantam nossos dias: Serenata de Schubert.

O que Schubert não sabia é que sua melodia seria associada a letras comoventes, que embalariam as horas de amor de tantos casais apaixonados.

A melodia encanta. O tom menor dá um ar de tristeza e, consequentemente, de beleza. Ambas, irmãs na música e na literatura. Os intervalos de quarta e sexta parecem espelhar a saudade crescente que o eu-lírico sente da amada. Saudade que só faz alimentar esse amor tão grande...

Já no campo da poesia, uma das letras atribuídas à canção não deixa a desejar. “Olha, estou sozinho, rodeado das mais belas paisagens naturais, mas não há como negar que meu amor não é menor que tudo isso. Um amor maior que o céu e o mar.” Nada melhor do que o luar e as nuvens brancas para serem cenários desse amor, que de tão sublime, só lhe resta ser glorificado.

A segunda letra vem para selar esse amor. É como se não houvesse alternativa possível aos amantes. “Sigamos a estrada feliz que a mão de Deus nos traçou.” Estavam condenados ao amor, fadados à felicidade. Uma vida de sonhos os aguardava para ser vivida.

Em ambas as letras, a poesia dada à música na passagem do tom menor - que soa tristonho - para o tom maior prenuncia o futuro feliz e realizado desse amor que é tão grande e que faz sonhar. Não é possível mensurar, mas, certamente, muitos e muitos casais se derramaram em amores ouvindo Serenata de Schubert. Tantos outros, em dias de sol, admiraram as mesmas nuvens brancas soltas no ar. Por certo, há, também, os que foram banhados pelo mesmo luar que acarinhou o casal apaixonado e que serviu de inspiração para tão bela poesia.

Quantos sonhos construídos! Quantas declarações de amor! Quantos amores! Tudo inspirado pela música e pela poesia a ela atribuída.

Graças a um amigo, a melodia da Serenata de Schubert, que inspira e faz ressurgir o mais sublime dos sentimentos, chegou a nossos dias. Dessa vez, a glória foi para humanidade, presenteada com um espetáculo de música e poesia. Aquela, o som que atravessou a eternidade e chegou a nós como uma dádiva de Deus. Esta, o caminho que o homem encontrou para traduzir os mais belos sentimentos que a música é capaz de evocar, o encontro com o que é divino!

Gizeli Costa

21JUN2011

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