"Esta canção que eu canto ao
luar,
Eu fiz pensando em você.
As nuvens brancas soltas no ar...
E eu, pensando em você.
Passa o tempo e eu, cantando.
Para glorificar este amor feliz.
Este amor que é tão grande.
Maior que céu e o mar...
É tão sublime amar."
http://youtu.be/nWFLp4UdDWk
“Vamos, amor, que no nosso jardim
A flor já desabrochou
Vamos seguir a estrada feliz
Que a mão de Deus nos traçou
O luar virá depois iluminar nós
dois
Nós dois e mais ninguém
O teu sonho velarei
Teus olhos beijarei
Para sonhar também.”
Uma música composta num boteco de
Viena enquanto um grupo de amigos passava algumas horas entregues aos prazeres
do álcool. O auge da noite, hoje o sabemos, foi o momento em que um deles pegou
o menu e rabiscou qualquer coisa sem dar muita importância. Não fosse um dos
seguidores de Baco, cuidadoso ao pegar a anotação, não se conheceria hoje uma
das lindas composições que abrilhantam nossos dias: Serenata de Schubert.
O que Schubert não sabia é que
sua melodia seria associada a letras comoventes, que embalariam as horas de
amor de tantos casais apaixonados.
A melodia encanta. O tom menor dá
um ar de tristeza e, consequentemente, de beleza. Ambas, irmãs na música e na
literatura. Os intervalos de quarta e sexta parecem espelhar a saudade
crescente que o eu-lírico sente da amada. Saudade que só faz alimentar esse
amor tão grande...
Já no campo da poesia, uma das
letras atribuídas à canção não deixa a desejar. “Olha, estou sozinho, rodeado
das mais belas paisagens naturais, mas não há como negar que meu amor não é
menor que tudo isso. Um amor maior que o céu e o mar.” Nada melhor do que o
luar e as nuvens brancas para serem cenários desse amor, que de tão sublime, só
lhe resta ser glorificado.
A segunda letra vem para selar
esse amor. É como se não houvesse alternativa possível aos amantes. “Sigamos a
estrada feliz que a mão de Deus nos traçou.” Estavam condenados ao amor,
fadados à felicidade. Uma vida de sonhos os aguardava para ser vivida.
Em ambas as letras, a poesia dada
à música na passagem do tom menor - que soa tristonho - para o tom maior
prenuncia o futuro feliz e realizado desse amor que é tão grande e que faz
sonhar. Não é possível mensurar, mas, certamente, muitos e muitos casais se derramaram
em amores ouvindo Serenata de Schubert. Tantos outros, em dias de sol,
admiraram as mesmas nuvens brancas soltas no ar. Por certo, há, também, os que
foram banhados pelo mesmo luar que acarinhou o casal apaixonado e que serviu de
inspiração para tão bela poesia.
Quantos sonhos construídos!
Quantas declarações de amor! Quantos amores! Tudo inspirado pela música e pela
poesia a ela atribuída.
Graças a um amigo, a melodia da
Serenata de Schubert, que inspira e faz ressurgir o mais sublime dos sentimentos,
chegou a nossos dias. Dessa vez, a glória foi para humanidade, presenteada com
um espetáculo de música e poesia. Aquela, o som que atravessou a eternidade e
chegou a nós como uma dádiva de Deus. Esta, o caminho que o homem encontrou
para traduzir os mais belos sentimentos que a música é capaz de evocar, o
encontro com o que é divino!
Gizeli Costa
21JUN2011
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