Já é tempo de continuar, minha
gente!
Tempo de sacudir a poeira, de pôr
a melhor vontade, a melhor disposição e a melhor força e recomeçar.
Sim, recomeçar! Porque
amanhecemos de novo. Porque, de novo, tivemos nova chance de fazer hoje o que
ontem não fizemos. De ser o bom que até ontem não fomos.
É tempo de examinarmos a nós
mesmos, ponderarmos nossas atitudes com o próximo, com o menos próximo e,
sobretudo, conosco mesmos. Tempo de reavaliarmos nossos passos e consertar o
que pode ser feito e aprender a lidar
com aquilo para o quê não há mais solução.
Todo dia é tempo de largar malas,
fardos que teimamos em carregar na cacunda a todo custo. É tempo de deixar
orgulhos e vaidades de lado que esse tempo todo se mostram disfarçados de dignidade.
É tempo de olhar para o outro simplesmente como nosso semelhante, tão falho, tão limitado, tão amável, tão
capaz como você mesmo.
É tempo de abraçar o outro com os
braços da alma e sentir que ali tem outra alma pulsando, tão sedenta em ser feliz,
em amar e ser amada quanto você.
É tempo de valorizarmos as
qualidades - todos as tem - e usar os escorregões como aprendizados, nada mais.
É tempo de sermos o melhor que
pudermos ser em todos os aspectos da nossa vida. Tempo de deixar diferenças de lado
e sermos superiores a elas. Tempo de jogarmos as miudezas ao vento. Tempo de
usarmos as diferenças para nos completarmos. Admitir que não temos todas as
qualidades do mundo e que as que o outro tem completam nossa vida de forma
harmônica.
É tempo de descobrirmos qual a
medida que devemos ser para cada pessoa, respeitando as vontades e o padrão que cada um escolheu para si.
Tempo de deixarmos o outro ser o que é e não o que queremos que seja.
É tempo de sermos nós mesmos. De
deixar de usar como nossos os "sins"e os "nãos" do outro.
Tempo de ter coragem para dizer cada qual seus próprios "sins" e
"nãos". Tempo de ouvir o outro e saber interpretar o que ele
realmente está dizendo; de olhá-lo além das aparências, de ouvi-lo além do que
sai por sua boca. De ouvir os sons da sua alma e ver dela todas as nuances.
É tempo de deixar ir quem precisa
ir, quem está no momento de construção de novas etapas da vida. E é tempo de abraçar
com toda intensidade quem escolhemos para em seu coração morar.
É tempo de recompor os laços que
nunca poderão se quebrar, mas que por orgulho e vaidade, deixamos ficarem
esfarrapados, molambos.
Alguns laços nunca se romperão;
cada fio usado em sua construção é muito forte para que ele todo seja rompido.
Mas a vida cobra de nós novos laços e cobra também sabedoria em lidar com os
que construíram conosco.
É tempo, minha gente, de deixar
as meninices de lado, as coisas de criança de lado. A birra, a manha, a vontade
de bater os pezinhos e se jogar no chão se contorcendo para ter um capricho
atendido.
É tempo de crescer. De evoluir.
De olhar para além de nós mesmos. De entender que algumas coisas teremos que aprender
custe o que custar. Nessa hora, a inteligência, a resiliência e o perdão serão
elementos indispensáveis.
É hora de nos conhecermos. De nos
olharmos olho no olho, sem ninguém intermediando, sem nos boicotar e
admitirmo-nos o que realmente somos e o que precisamos mudar definitivamente.
É tempo de não dar tempo para o
erro, para o pior que há em cada um de nós.
É, então, tempo de luta. Lutas
travadas no interior de cada um. Lutas que somente cada um pode ter consigo
mesmo. Lutas duras, sangrentas, porque desfarão dentro de nós muitas conexões
doentias, sombrias e malévolas.
Admito: não será nada fácil! Mas
é necessário! Chega de adiar nosso melhor para depois, um depois que nunca
chega.
É, pois, tempo de escolhermos o
agora para sermos o melhor que podemos ser para nós mesmos e para os que estão
ao nosso redor.
GC